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APR - Abril Pro Rock

'Era impossível imaginar futuro com música', diz Jão, do Ratos de Porão

Banda é uma das atrações da noite de sábado do Abril Pro Rock, no Recife.
'Vamos agradecer energia do público com show inesquecível', diz guitarrista.

Colaborou: João Carvalho - Globo Nordeste

Eles correram centenas de palcos. Fizeram shows e viagens memoráveis pelos quatro cantos do mundo. Começaram na música com o punk, quando o movimento explodiu em São Paulo em 1980. Transformaram-se num ícone da música e ganharam ainda mais adeptos quando começaram a se dedicar ao hardcore. O Ratos de Porão chega aos 30 anos de vida e a previsão é de que o palco do Abril Pro Rock (APR) fique ainda mais sujo e agressivo no sábado (21), na segunda noite do festival, tradicionalmente dedicada à música mais pesada.
Ratos de Porão (Foto: Divulgação) 
Para os Ratos de Porão, público do Recife sempre os recebe muito bem (Foto: Divulgação)
 
Respeitados desde o início, os Ratos se destacaram entre bandas do início do movimento punk brasileiro, como Olho Seco, Cólera e Inocentes. Nem a "mudança" para o hardcore e as acusações de "fãs xiitas" atrapalharam a carreira da RxDxPx. São 14 trabalhos de estúdio e outros 3 registros ao vivo. Entre eles, um show memorável no lendário CBGB, templo do punk rock em Manhattan, Nova York, onde já tocaram, entre outros, Ramones, Blondie, Elvis Costello e The Dead Boys. Foi um marco para eles, como seria para qualquer banda do mundo.

Para os headbangers, ou até para quem não é tão fã assim do som mais pesado, vale a pena. Experiência única ter o Ratos de Porão em um mesmo palco, em uma mesma noite com a Exodus e Brujeria - outras duas atrações do sábado no APR. "O público do Recife é sem palavras. Um dos mais fortes do Ratos e é sempre um prazer tocar aí", afirmou por telefone ao G1 o guitarrista Jão. "Vocês acolhem os Ratos de Porão sempre muito bem", lembra. O músico fundou a banda em 1980, quando tocava bateria (muito mal, como lembra no filme “Guidable - A verdadeira estória do Ratos de Porão” ). Desistiu das baquetas e passou para a guitarra, ganhando ele e os fãs.

Para Jão, fazer 30 anos na estrada, tocando sempre, gravando discos e DVDs, é inacreditável. "Quando montei a banda e alguém dissesse naquela época que iríamos viver disso, eu iria dar risada", lembra. "Não imaginava isso. A gente veio do punk paulista, sem perspectivas da periferia. Imaginar um futuro com música era impossível", conta. Até hoje a dificuldade citada pela RxDxPx é a mesma de outras bandas da cena underground. A falta de espaços para tocar e a dedicação para a cena metal, hardcore e extremo, linhas mais pesadas por parte de produtores, dificulta o caminho. "Temos público cativo no Brasil, mas ainda tocamos pouco. Na Europa, por exemplo, chegamos a passar 2 meses viajando e fazendo 50 shows nesse período", lembra Jão. "Na Alemanha, qualquer cidadezinha tem um clube, mesmo pequeno, sempre promovendo shows de metal, punk, som mais pesado", pontua.
 
Para a festa no Recife, em comemoração aos 30 anos da banda, a Ratos de Porão está ansiosa. "Ter no mesmo palco Exodus e Brujeria, nossa, vai ser uma festa. Vamos tocar com tudo", avisa. "Recife tem um público dedicado, onde a gente tem bandas como a Devotos, um exemplo como nós, ralando há 20 anos e conhecida no Brasil todo. Por essa luta, pelo som no qual eles acreditam. Tocamos em várias épocas diferentes, perdi até a conta de quantos shows fizemos aí. Tanto em festivais como o Abril, como em shows só nossos. Vai ser demais", e Jão solta uma gargalhada.  
Futuro
A banda, formada por João Gordo (vocais), Jão (guitarra), Boka (bateria) e Juninho (baixo), está preparando coisa nova. "Temos ainda um disco, por contrato, pela DeckDisc. Estamos tocando, compondo. Queremos produzir, gravar e lançar ainda esse ano", confessa Jão. Enquanto o disco não vem, o Ratos de Porão quer ainda tocar muito pelo Brasil e pelo mundo. "Queria agradecer a energia do público do Recife. Vamos fazer um show inesquecível. Uma forma de agradecer por sempre sermos sempre tão bem recebidos aí", encerra o guitarrista. O público também agradece.
 
Quem +
No sábado (21), também tocam Exodus (EUA), Brujeria (México), Cripple Bastards (Itália), Hellbenders (GO), Firetomb (PE), Pandemmy (PE), Leptospirose (SP) e Test (SP). Os ingressos custam R$30 (meia entrada) e R$40 + 1kg de alimento (ingresso social), além de camarotes que variam de R$ 1 mil a R$ 800, à venda nas bilheterias do Chevrolet Hall (das 9h às 16h30), nas Lojas Renner (Shoppings Recife, Guararapes e Rua da Imperatriz), pelo site Ingresso Rápido e pelo telefone 4003.1212.


PvhCAOS - Vivendo cada dia mais sujo e agressivo......

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